Histórico

A Física Médica foi criada no ano de 2002 como uma nova ênfase para o Curso de Física do Instituto de Matemática, Estatística e Física da Universidade Federal do Rio Grande - IMEF/FURG. A Ênfase em Física Médica foi criada com o objetivo de atender a demanda reprimida de profissionais nessa área do mercado de trabalho.

Em 2006, a FURG destinou uma área específica para se construir um laboratório de física médica, e até 2010 foram realizadas apenas simulações sem uso das radiações ionizantes por falta de um espaço blindado e adequado. No final de 2010, após projeto aprovado com recursos do REUNI, o laboratório passou a dispor de experimentos e práticas didáticas conforme sua necessidade utilizando equipamento de raios X e instrumentos de medição com aplicações na área da saúde.

Contextualização

A radiologia, que envolve a medicina nuclear, a radioterapia e o radiodiagnóstico, disponibiliza o maior mercado de trabalho em Física Médica.  O Físico Médico pode atuar diretamente nessas áreas da medicina ou, de maneira indireta, através de empresas prestadoras de serviços. Assim, para se atender as necessidades desse mercado, é necessário que os acadêmicos se aprimorem nessas áreas.

Dessa forma, o Laboratório foi idealizado frente à necessidade do treinamento e ações práticas para melhorar o aprendizado técnico e clínico dos acadêmicos do Curso. Também, o Laboratório tem por objetivo promover o desenvolvimento da pesquisa, da extensão e de  complementar as atividades didáticos/práticas desenvolvidas juntos aos Hospitais conveniados.

Habilidades e Competências do Físico Médico

Os egressos do Curso, denominados pela ABFM de Físico Médico, podem atuar em diversas atividades em conjunto com outros profissionais, com ênfase na prestação de serviços.

Instituições Médicas realizam tarefas e procedimentos de natureza complexa e o trabalho tem que ser organizado em conformidade com as demandas. Nesse cenário, as atividades dessas Instituições podem caracterizarem-se por:

  1. Gerenciamento e administração (responsável pelo recurso humano, agendamento, contabilidade etc);
  2. Médicos generalistas (clínico geral, cirurgião geral, pediatra e obstetra);
  3. Especialistas (cardiologista, ortopedista, neurologista, oncologista, proctologista, neurocirurgião, urologista, anestesiologista, patologista, radiologista etc);
  4. Apoio médico (técnico, enfermeira, farmacêutico, terapeuta etc);
  5. Técnico (físico médico, engenheiro biomédico, pessoal de manutenção de equipamentos, proteção radiológica);
  6. Gerenciamento e manutenção das instalações.

Como se verifica, o trabalho é bastante hierarquizado e dividido em diferentes especialidades para se garantir o melhor tratamento e diagnóstico com os melhores profissionais em cada área.

No Brasil, as atividades que envolvem radiação ionizante estão sujeitas a controles por autoridades em diferentes níveis. Em nível federal, há a CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear, que é responsável pelo licenciamento para distribuição, uso e descarte de materiais radioativos e possui vários institutos associados, entre eles, no Rio de Janeiro, IRD - Instituto de Radioproteção e Dosimetria [IRD], em São Paulo, IPEN - Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares [IPEN], em Minas Gerais, CDTN - Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear [CDTN], em Pernambuco, CRCR - Centro Regional de Ciências Radiológicas [CRCR].

O controle também é realizado pelo Ministério da Saúde [MS] através do Grupo Assessor Técnico Científico em Radiação Ionizante, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que pretende realizar no Brasil um papel controlador semelhante ao da FDA - Food and Drug Administration [FDA] nos Estados Unidos. Uma das atividades dessa agência será o controle dos equipamentos vendidos no Brasil. Nas administrações estaduais temos as Secretarias de Saúde e de Vigilância Sanitária Estadual.

Dentre os trabalhadores que atuam em Instituições Médicas, como clínicas e hospitais, existem alguns que merecem atenção especial por estarem expostos à radiação ionizante. Médicos (radiologista, cardiologista, cirurgião), técnicos, físicos, pessoal responsável pela proteção radiológica, pessoal de manutenção de equipamentos, que pelas suas funções estão em contato com situações de risco de exposição e precisam ser constantemente monitorados.

Isso é importante para que os benefícios decorrentes do uso das radiações ionizantes sejam maximizados em detrimento aos danos que estas radiações podem causar no paciente, nos profissionais da saúde e no meio ambiente.

Existem também outras entidades fiscalizadoras e controladoras que podem assim ser classificadas: organizações privadas como a ABFM - Associação Brasileira de Física Médica; comissões de ética institucionais, que analisam os protocolos clínicos em cada instituição; CBR - Colégio Brasileiro de Radiologia; ABMNB - Associação Brasileira de Medicina Nuclear e Biologia; ABPR -Associação Brasileira de Proteção Radiológica, entre outros.

O ingresso do profissional (Físico Médico) que lida com radiações ionizantes em suas atividades tem que ser aprovado por organismos de credenciamento que são organizações privadas ou governamentais criadas com o objetivo de certificar as qualificações profissionais de indivíduos elegíveis. Como exemplos, é possível obter o credenciamento em Física Médica através da ABFM e o de supervisor de proteção radiológica através da CNEN.

 

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Equipamentos para uso no laboratório de Física Médica do IMEF

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Alunos preparando experimentos no Laboratório de Física Médica do IMEF

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Simulação de experimentos envolvendo procedimento de eluição em medicina nuclear

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Colimação do feixe de raios X para medidas experimentais no Laboratóriode Física Médica do IMEF, que envolve o uso de equipamentos de proteção individual

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Simulação de procedimento experimental com vestimentas de proteção contra as radiações ionizantes no laboratorio de Física Médica do IMEF

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Aula prática-expositiva nas dependências do Laboratório onde os acadêmicos podem esclarecer e discutir as associações teórico-práticas

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Revelação de filmes tipo odontológicos utilizados no controle de qualidade dos equipamentos do laboratório de Física Médica do IMEF

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Arranjo experimental  para medição do feixe de raios X

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Análise de imagens desprezadas e avaliação quantitativa de filmes